Igreja Matriz de São Thomé das Letras

A Igreja Matriz faz parte do Centro Histórico do município de São Thomé das Letras. Sua construção foi iniciada pelo Patriarca João Francisco Junqueira, por volta de 1785, no mesmo local onde havia sido construída uma pequena capela na ocasião do episódio que deu Origem ao nome da cidade. Seu filho Gabriel Francisco Junqueira, o Barão de Alfenas, concluiu a edificação.

Por fora carrega o estilo barroco mineiro. Seu interior é ornamentado em estilo rococó e popular, com temas evangélicos, apostólicos, querubins e serafins, motivos angelicais. O destaque vai para a pintura do artista Joaquim José da Natividade, na nave central, a qual retrata Jesus Cristo cercado por apóstolos. Ao lado está a Toca das Letras ou Gruta de São Thomé.

Pinturas no Interior da Igreja Matriz de São Thomé

Até meados da década de 90 estava sob poder da Cúria Diocesana de Campanha. Já naquela época da construção da Igreja Matriz, São Thomé já era considerado como um lugar exótico, sujo aspecto causava – e ainda causa – admiração ao visitante, que tem a impressão de chegar a uma terra estranha. Após o término da construção da Igreja Matriz a atenção ficou voltada para a construção de casarões geminados em frente e de ambos os lados formando uma espécie de “fortificação”.

Igreja Matriz São Thomé das Letras

A inexistência de tocas no perímetro da praça construída entre os casarões sugere que as pedras (o que são Pedras são thomé?) utilizadas nas construções teriam sido tiradas do mesmo local.

Fotografia de capa de diversos guias turísticos e publicações, além de cartões postais da cidade, a Igreja Matriz ainda encanta a muitos olhos, pintada nas suas diversas cores empregadas com o passar dos anos.

O forro da capela-mor, em seu medalhão central, encontra-se Jesus Cristo cercado por 11 apóstolos, sendo que São Thomé se encontra em primeiro plano e está ajoelhado aos pés de Jesus. Essas pinturas seriam de autoria do Mestre Manoel da Costa Athayde.

Pinturas no Interior da Igreja Matriz de São Thomé

Já a capelinha anexa conhecida como Capela do Senhor dos Passos teria sido pintada pelo artista Joaquim José da Natividade, natural de São João Del Rey, que, conforme dizem seria discípulo de Aleijadinho.

Igreja Matriz com Arco-íris

Tem-se poucos dados a respeito da origem do relógio da Igreja Matriz. Sabe-se que já incorporava o prédio desde a sua construção. O instrumento ainda se encontra em funcionamento e soa uma vez nas meias horas e o número de vezes equivalente nas horas cheias. Apesar do gongo do relógio estar presente a cada meia hora, o som do sino chama muito mais atenção. Atualmente somente uma das torres dispõe de sino. O artefato possui um selo em alto relevo apresentando a coroa portuguesa. Provavelmente é do século XIX.

Relógio Igreja Matriz São Thomé 1929

Na parede frontal da Igreja Matriz encontra-se a data “1929”, a qual refere-se ao ano de reforma total da igreja sendo que as paredes teriam sido rebocadas com argamassa, retendo assim bastante umidade que estaria estragando a decoração e as pinturas internas. Na parede detrás da igreja encontram-se dois símbolos em alto relevo, […] com data de 1785 e outro um pouco confuso, escrito na massa ainda por endurecer, constando letras, provavelmente iniciais de algum nome juntamente com uma numeração romana, sugerindo uma determinada data.

Igreja Matriz - Praça Barão de Alfenas - Coreto

Na Praça, entre a igreja e o coreto, se encontra um símbolo. Foi construído durante a administração do Prefeito Ivany Peixoto de Oliveira. É uma obra recente e, conforme o ex-prefeito, o símbolo da lua e da estrela não faz alusão a nada especial, sendo que constava no projeto apresentado por terceiros e aprovado. Em ilustrações ligadas à maçonaria é comum a presença do sol, da lua e também de uma pirâmide.

As “seteiras” eram muito utilizadas nos castelos e fortificações da Idade Média. Se tratavam de cortes “ovalados” nas paredes de forma que o sentinela pudesse ver perfeitamente estando do lado de dentro e permitindo que lançasse flechas por esses orifícios. Porém era praticamente inútil tentar acertar o alvo de fora pra dentro, salvo se estivesse encostado na parede externa, de preferência, sobre um banquinho ou outro objeto qualquer, já que a altura era bastante superior a de um homem. Por quê haveriam seteiras nas torres da Igreja Matriz, já que não foi construída nem na Idade Média e nem tinha riquezas a ponto de possuir esse tipo de vigilância?

Conforme o falecido vigário, Padre Pedro Ribeiro de Castro, a cidade de São Thomé das Letras se assemelha mais com uma fortificação, cercado por imensos casarões geminados e muros de pedra, como que protegendo algo, no caso, a Igreja Matriz. Mas por quê, se não haviam riquezas passíveis desse tipo de proteção?

Era costume no século XVIII e XIX enterrar-se os mortos debaixo do assoalho das igrejas. Para tanto era preciso ir pagando uma certa quantia em dinheiro durante a vida para poder ser enterrado o mais próximo do altar. Quanto maior a proximidade, mais “nobre” seria o falecido. Do lado esquerdo da Igreja Matriz se encontram diversas lápides, sugerindo que cidadãos tenham sido sepultados nesse local. Talvez nem todos, afinal nas antigas sepulturas debaixo do assoalho da Igreja não existem mais ossos, talvez tenham sido transferidos de local. Nem o antigo pároco, nem os moradores souberam informar. Em registro feito pela equipe da PUC, uma das antigas sepulturas no interior da Igreja Matriz, bem abaixo do arco do cruzeiro, hoje está cheio de tubulações e fiações elétricas. Numa delas teria sido enterrado o Barão de Alfenas, a princípio, debaixo do altar.

Pessoas enterradas na frente e ao lado da igreja*

Na frente da Igreja:

– José Justino Alves – 20.09.1883
– Cândido Reis Dinamarco – 9.01.1899
– J.J.P. (nada consta sobre nome e datas)

Ao lado da igreja:

– Anna Maria Magdalena – 16.08.1908
– Joaquim Justino Alves – 1.01 (não consta o ano)
– Maria Conceição Alves – 22.03.1906
– Antenor A. Ribeiro – 26.02.1964
– Rosenda Alvarina Ferreira – 12.07.1910
– José Alexandre Vilela – 10.05.1912
– Paulina Augusta de Carvalho – 5.12.1910
– José Caetano de Carvalho – 11.08.1895
– Visconde de Caldas – 10.08.1831
– Albertina Andrade Nunes – 5.03.1910
– Etelvina Jovina Ferreira – 28.11.1908
– Maria Cândida Ferreira – 30.05.1913

*As datas referem-se ao falecimento.

Centro Histórico e Igreja Matriz São Thomé das Letras

P.S. A Igreja Matriz faz parte do Centro Histórico e localiza-se na praça Barão de Alfenas. Sua construção teve início em 1785, por iniciativa do português João Francisco da Junqueira. Na parte interna da igreja encontra-se pinturas de José Joaquim da Natividade, discípulo de Aleijadinho. O principal destaque vai para a nave central, cujo afresco retrata Jesus Cristo cercado pelos apóstolos.

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Inicie seus passeios na cidade visitando o Centro Histórico e Igreja Matriz de São Thomé das Letras, siga em direção aos atrativos do Parque Municipal Antônio Rosa e termine os passeios visitando o Conjunto Arquitetônico e Urbanístico da Capela de Nossa Senhora do Rosário, conforme apresentado no mapa abaixo:

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A Igreja Matriz faz parte do City Tour

Fontes:

Acervo Turismo GOV de MG.
Relação de endereços e proprietários das ruas incluídas no Tombamento/IEPHA – Maria Angélica.
Moradores e guias de São Thomé das Letras.
KAYAPÓ, Ricardo. De Letras em Letras. Pág. 109 – 114. 1ª Ed. São Thomé das Letras: Caminhos de Minas, 2005.

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